A encantadora Tbilisi

Confesso que cerca de 5 anos atrás não sabia direito desse país. Existem em Israel imigrantes vindo da Geórgia que chamam aqui de Gruzinim (Gruzia como os Russos chamavam a Geórgia) mas não sabia ao certo a localização do país, a língua, religião, quase nada. Me vinha à cabeça o estado da Geórgia nos Estados Unidos, mas o país Geórgia fica na Eurásia e seu nome vem da devoção à São Jorge (santo padroeiro do país), a religião é a cristão ortodoxa, a língua é o georgiano e a moeda se chama lari (GEL).

Um pouco de história…

Não é à toa que eu e mais um monte de gente que conheço sabemos pouco deste país. A Geórgia fez parte da Uniao Soviética e em 1991 virou um país independente. Apesar da independência, o país passou por vários conflitos e continuou sob frio domínio da Rússia. Em 2003 depois da Revolução das Rosas, Mikheil Saakashvili foi eleito presidente e reforçou a capacidade militar e econômica do país se abrindo mais para o ocidente e os Estados Unidos. Mesmo assim, a tensão com a Rússia culminou em uma guerra em Agosto de 2008. A relação com a Rússia é tensa até hoje e apesar dos russos poderem entrar na Geórgia (até mesmo pelo acesso que a Geórgia tem ao Mar Negro), os georgianos não podem entrar na Rússia.

Pois bem, foi então que vi um filme georgiano que me chamou atenção (My happy Family- Netflix) e há pouco tempo atrás vi um programa de turismo em Tbilisi e fiquei encantada! O país tem tudo que gosto: boa comida, vinho, história, paisagens, personalidade e além disso fica duas horas de Israel com bons preços! O turismo vem ganhando força nestes últimos anos e bateu recordes em 2018 quando recebeu cerca de 9 milhões de turistas.

Comprei as passagens, voo direto ida e volta, reservei um hotel boutique, pequeno em um prédio histórico- Hotel Villa Mtiebi, entrei em contato com uma agência especializada na região do Cáucaso (Geórgia, Armenia e Arzebaijão) para reservar um passeio e traslados, estudei um pouco mais sobre o lugar, conversei com amigos e partiu Tbilisi, Geórgia!!!

Nossa programação…

Tbilisi é a capital do país com cerca de 4 milhões de habitantes e a principal cidade turística. Chegamos de noite e fomos logo provar a culinária local em um restaurante próximo ao hotel, andamos pela Praça da Liberdade e passeamos pela Ponte da Paz que fica toda iluminada de noite até o Parque Rike onde tem um chafariz com show de luzes e música.

No nosso primeiro dia em Tbilisi, choveu pela manhã então compramos tickets de ônibus turístico hop on hop off (custou 50 GEL, cerca de 65 reais). Eu gosto desses ônibus porque me ajudam a me localizar e saber onde quero voltar para explorar mais, além de contar um pouco da história pelos audiofones. Pegamos o ônibus na Praça da Liberdade e seguimos para a Avenida Rustaveli, a principal avenida da cidade com lojas e vários museus, fizemos uma parada próxima as margens do Rio Mtkvari, o maior rio da Geórgia que começa na Turquia atravessa a Geórgia e o Azerbaijão onde deságua no Mar Caspio. Visitamos uma das igrejas Ortodoxas e almoçamos em um ótimo restaurante chamado Bread House. O cardápio conta a história da comida georgiana que foi resgatada ao longo do tempo através de expedições nas cidades do interior e tem um forno a lenha onde os pães são preparados na hora.

A tarde como o tempo estava melhor entramos em Old Tbilisi e subimos a pé até a Fortaleza de Narikhala onde se tem a vista perfeita da cidade. Próximo da fortaleza fica a estátua da Mãe Geórgia que segura uma taça e uma espada representando a hospitalidade aos amigos e a defesa em caso de ataque inimigo. O curioso que não se tem angulo para tirar uma foto da estátuta… Descemos de bondinho ao Parque Rike onde tomamos o ônibus de volta para a cidade antiga e vimos o relógio que toca às 19hrs no Teatro de Marionette.

O país reflete sua história na arquitetura com uma mistura de prédios antigos e construções modernas e somente os jovens sabem inglês (as pessoas mais velhas falam russo). Na culinária, pela sua localização entre a Europa e a Asia e tendo feito parte da Rota da Seda fica claro a influência da China (o khinkhali é como um dim sum), da India (o khachapuri tem a palavra puri que em indiano é pão), da Russia e da Turquia pela proximidade com esses dois países.

No segundo dia, saímos de Tbilisi e fizemos um full day tour as Montanhas Kazbegi. Reservei o passeio em Israel e nossa guia falava hebraico mas é possível comprar este passeio em Tbilisi ou pela internet com guia em inglês. Viajamos pelas estradas verdes da Geórgia, suas paisagens montanhosas, lagos, igrejas ortodoxas e muitos quiosques de churchkela um doce típico de nozes e suco de uva.

Nosso terceiro e infelizmente último dia em Tbilisi nos foi indicado um mercado chamado dínamo que foi uma furada! Muito grande e bagunçado. Voltamos andando e nos demos pelo caminho com uma linda loja e adega de vinhos, chamada Wine Gallery. Pode-se degustar vários tipos de vinhos georgianos e levar garrafas plásticas por preço de banana. A Geórgia produz mais de 500 tipos de uva e o vinho é produzido nos qvrevi, que são jarras de barro armazenadas de baixo da terra e consideradas Patrimônio Mundial. A região produtora de vinho se chama Kakheti que fica 1h30min de Tbilisi e é possível pegar um full day a essa região.

Continuamos nossa caminhada até o Mercado da Ponte Seca que tem antiguidades, pinturas, roupas e bijuterias. Esse sim é muito agradável de passear!

Terminamos nossa viagem com chave de ouro no Shavi Lomi, um restaurante localizado em um casarão lindíssimo que serve comida georgiana típica mas se quiserem curtir essa experiência, tem que fazer reserva!

Ah Geórgia, isso foi somente uma provinha do que você tem a oferecer e eu vou voltar viu?

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